Autoconhecimento e o comprometimento

Os valores de um líder ficam mais claros com o desenvolvimento do seu autoconhecimento. A compreensão da prórpia subjetividade, do contexto em que se estabelece a situação enfrentada e das pessoas envolvidas, devem anteceder qualquer julgamento. A busca de informações, por várias perspectivas, constrói uma percepção mais cautelosa, para tecer a melhor interpretação e decidir.

Os valores organizacionais precisam ser compatíveis com os valores pessoais do líder. Assim, haverá coerência e comprometimento elevados. Os interesses, associados aos valores, selam, com solidez, a sinergia entre o profissional e a organização. 

Quanto maior for o desenvolvimento do autoconhecimento do líder, mais ele pode ajudar a organização a atingir seus objetivos. Por estar comprometido, busca solucionar os impasses, negociando e argumentando em forum adequado, suas percepções, na busca de melhores resultados. 

Autoconhecimento: epistemologia de si mesmo

“O conhecimento será cada vez mais o diferencial”, nos disse Peter Drucker. Ou, o “conhecimento do conhecimento é imprescindível”, dito de Edgar Morin, levando-nos a perceber a importância da Epistemologia. 

Mas, se pensarmos no conhecimento do conhecimento do autoconhecimento, mergulharemos num território capaz de produzir uma autonomia subjetiva, através da racionalidade.

Isto envolve várias áreas da Ciência, associando o estudo de suas origens e as condições de cada época em que se desenvolvem, como a: Psicologia, Sociologia, Antropologia, Neurociência, Filosofia, Biologia, Fisiologia, Medicina, dentre outras mais.

Mesmo que ainda estejamos no “Jardim da Infância” neste quesito cognitivo tão importante, podemos reconhecer um forte avanço na busca da compreensão de nossa humanidade, com força racional, ou seja, a importância da epistemologia de si mesmo, para melhor liderar a vida e os negócios.

Autoconhecimento: poder subjetivo

Fala-se tanto em poder, contudo num poder incompleto, voltado somente para o exterior, para os cenários do mundo objetivo.  Existe um emergente poder complementar, do mundo subjetivo, que a cada dia, torna-se um pouco mais evidente, no entanto, ainda escasso: o autoconhecimento.

E, o autoconhecimento tende a ser a habilitação que permite dirigir, mais adequadamente, um sistema de gestão, conciliando, surpreendentemente, negócio e humanidade.

Autoconhecimento: contextos e significados

As situações que experimentamos na vida, assumem significados específicos ao contexto. Com o tempo, nos deslocamos para outros contextos, contudo o significado tende a ser fixado, inconscientemente,  quando enfrentamos situações parecidas.

No processo do autoconhecimento, aprendemos a não misturar significados de contextos diferentes. A mente emocional tem a função defensiva de reconhecer características ameaçadoras, contudo, não tem discernimento para verificar o contexto. Esta é a principal função da mente racional: manter cada significado no seu contexto.

Autoconhecimento e as emoções

Ao liderar, nos deparamos com algumas emoções que dificultam as decisões. Sendo as emoções reações neuroquímicas e portanto da nossa animalidade, não podemos evitá-las, mas é possível não nos submetermos, instintivamente, a elas.

O sentimento pertence a nossa humanidade, ao pensarmos, logo após termos sidos encharcados pela emoção. Por isso, a importância de não pensarmos de qualquer jeito. Aprender a pensar de tal modo que não piore a nossa reação, é o primeiro grande feito.

O desafio do autoconhecimento é minimizar as emoções desajustadas. A busca da causa e, a resignificação possível capaz de nos pacificar, produz a serenidade, para lideramos.