Ambiente de competição: fatores internos

Uma formulação estratégica bem sucedida passa pelo pleno conhecimento dos chamados fatores internos. Isso é alcançado pela análise do ambiente organizacional, culminando na identificação das forças e fraquezas, fatores controláveis pela organização, que respectivamente se bem explorados podem trazer vantagem competitiva e se expostos ao ambiente externo podem trazer desvantagem competitiva frente aos concorrentes.

fatores_internosA análise dos fatores internos pode ser estruturada entendendo a organização constituída por um núcleo central formado pela tríade pessoas, métodos de trabalho e infraestrutura, pelas funções organizacionais que orbitam em torno desse núcleo central, e por aspectos organizacionais como cultura, gestão, relações e tecnologia.

Focando o estudo no núcleo central, com relação às pessoas devemos analisar suas competências distintivas, processo de tomada de decisão, criatividade, trabalho em equipe, adequação do quadro às necessidades da operação, conhecimento sobre os projetos e planos estratégicos e suas metas, e comprometimento com os objetivos do negócio. Voltando o estudo para os métodos de trabalho, é necessário avaliar sua sistematização, abrangência, estado da arte, capacidade de agregar valor ao negócio e eficiência. Com relação à infraestrutura devem ser analisados tanto aspectos relativos às máquinas e equipamentos – adequação às demandas, capacidade produtiva, confiabilidade, disponibilidade, etc. – como ao ambiente de trabalho – condições ergonômicas, iluminação, climatização, etc.

Por função organizacional podemos entender a forma como as atividades do negócio estão organizadas por áreas de competência (p. ex., desenvolvimento de produtos, produção, marketing, administração e finanças, etc.), formando o sistema de trabalho. Em muitos casos essas áreas de competência se confundem com as áreas (departamentos e setores) da estrutura organizacional. Assim, quanto às funções organizacionais é preciso analisar sua estruturação e organização, capacidade de entrega de resultados, suas inter-relações do ponto de vista sistêmico, gargalos de operação, etc.

Concluindo a análise do ambiente interno, devemos avaliar os aspectos estratégicos das inter-relações com os parceiros de negócio (investidores, fornecedores, distribuidores, etc.) e com os clientes, aspectos da cultura organizacional (conhecimento e respeito aos valores organizacionais, adoção de boas práticas nas relações de trabalho, atitudes e comportamentos das pessoas, etc.), aspectos da tecnologia (know-how) do negócio (domínio, preservação, atualização,…) e aspectos da gestão do negócio (adoção de boas práticas de gestão, como a padronização de processos e tarefas críticas, avaliação de desempenho, sistemática de solução de problemas).

Como no caso dos fatores externos, a lista de forças e fraquezas resultante precisa ser priorizada. Isso pode ser obtido pela pontuação de cada fator, por consenso entre o grupo de planejadores estratégicos do negócio. As principais forças e fraquezas serão levadas adiante no processo da formulação estratégica.

Os fatores internos podem ser avaliados, estrategicamente, como fortes ou fracos conforme sua relação com os fatores externos (oportunidades e ameaças). É importante entender que os fatores internos (assim como os externos) são dinamicamente alterados por mudanças no ambiente de competição. Portanto, o resultado da análise deve ser encarado dentro do contexto de tempo, e sempre que necessário uma revisão deve ser conduzida.

O delineamento de estratégias passará pelo cruzamento das variáveis do ambiente de competição, fatores internos versus fatores externos, mas isso será assunto de um próximo ensaio…

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Sobre Robin Pagano

Pensador, palestrante e consultor sênior em Estratégia, Gestão e Inovação de negócio. Mestre em Eng. de Produção - UFRGS; Pós-graduado em Estudos de Políticas e Estratégias de Governo - PUCRS; Pós-graduado em Marketing de Serviços - ESPM/RS; Especializado em Gestão da Qualidade Total (TQM) - NKTS/Japão; Lead Assessor ISO 9000 - SGS-ICS; Engº Eletrônico - PUCRS. Atuou como Gerente de Desenvolvimento, de Processos e de Serviços em empresas de médio e grande porte, nacionais e multinacional, líderes de mercado. Professor universitário em cursos de MBA, Especialização e Extensão. Consultor sênior em Estratégia, Gestão, Qualidade e Inovação. Sócio da Intelligentia Assessoria Empresarial.

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