Um conceito fundamental em gestão, muito associado à questão da autoridade & responsabilidade, é o entendimento sobre delegação. Quando abordo esse tema em minhas atividades tenho por hábito colocar a pergunta: “O que um gestor delega? Autoridade ou responsabilidade?”. É muito comum emergir muito rápida e abrangentemente a resposta: “Responsabilidade!” Mas isso é um sério equívoco, o que se delega é autoridade.
Essa falha conceitual ocorre pela falta de entendimento sobre o que é autoridade & responsabilidade. Primeiramente precisamos compreender que autoridade & responsabilidade sempre andam justas. Não é à toa que ligo as duas palavras com o símbolo “&”, isso é para enfatizar a cola das duas expressões. Quem tem autoridade tem responsabilidade. Autoridade se dá sobre o processo, as atividades realizadas, enquanto que responsabilidade reside sobre os produtos, o resultado. É uma questão de causa e efeito, com autoridade atuo sobre as causas e, consequentemente, tenho responsabilidade sobre seus efeitos.
Que fique claro que o gestor, ao delegar autoridade, não se exime de responsabilidade sobre os resultados de sua área de atuação, mas compartilha deles com seu pessoal. Então, surge uma nova questão fundamental para o gestor, que vai, e precisa, delegar autoridade a sua equipe, ter claramente definida a abrangência de sua autoridade e consequente responsabilidade.
Uma forma objetiva, sistêmica e inequívoca, de estabelecer a área de autoridade & responsabilidade é caracterizá-la com o modelo SIPOC, um acrônimo formado pelas iniciais das palavras de língua inglesa Source, Input, Process, Output e Customer. Essas expressões do inglês podem ser “traduzidas” (melhor seria dizer, entendidas como) Fornecedores, Insumos, (macro)Processo, Produtos e Clientes. Assim, ao estabelecer o (macro)Processo, fica delimitada a área de autoridade do gestor e, ao especificar os produtos (bens e/ou serviços) resultantes desse (macro)Processo, a respectiva área de responsabilidade.
Ao representar a área de autoridade & responsabilidade com o modelo SIPOC, podemos dizer que estamos caracterizando uma Unidade Gerencial (UG) da organização. Essas caracterizações devem ser feitas até o nível operacional, quando não se pode mais dividir uma área em subáreas, onde teremos as chamadas Unidades Gerenciais Básicas (UGBs). Se “ligarmos” os pontos de entrada (Fornecedores) e saída (Clientes) de cada UGB, teremos estabelecida a cadeia de valor agregado da organização. Essa também é conhecida como cadeia interna de clientes e fornecedores, pela qual obtemos uma visão sistêmica das áreas, suas interações e interdependências, e a visão do macroprocesso organizacional atravessando essas áreas.
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