Estratégia, por onde começar?

A resposta só pode ser  pela identidade organizacional. Mas o que é isso? E para que serve?

Embora hoje seja muito comum encontrarmos a declaração da missão, dos valores e da visão de futuro – a chamada identidade organizacional – em quadros afixados nas paredes das organizações, parece que, em muitos casos, não passa disso, “um quadro na parede”.

A definição clara e explícita da identidade organizacional, que alguns denominam de personalidade da organização ou DNA da empresa, pode fazer toda a diferença para o sucesso do empreendimento. Com ela em mente, fica mais fácil encontrar os sócios (os empreendedores), contratar a equipe que se identifique com o negócio, estabelecer quem pode ser parceiro, enfim, saber quem tem afinidade com nossas ideias e ideais para juntos construir um caso bem sucedido. Além disso, sem essa base, como traçar os objetivos e metas, formular as estratégias, tocar o dia-a-dia em momentos de crise (e eles virão…).

A primeira coisa é estabelecer a missão, a razão de ser da organização. Uma declaração que parte da própria definição do “negócio” – uma palavra ou expressão simples, que explicita o que a organização faz – acrescida do “modo como é feito”, “para quem”, algumas vezes temperada com “qual desafio”. Vale à pena estabelecer o par de declarações: “negócio” e “missão”, deixando claro para todos os envolvidos o que fazemos e de que modo.

Na sequência é preciso definir a filosofia de trabalho, de relacionamentos, que tem por base a declaração formal dos valores da organização. Os valores são os princípios morais que deverão moldar todas as atitudes (predisposições para a ação) e os comportamentos (ações do dia-a-dia), formando os alicerces da cultura organizacional. O perigo de não se estabelecerem esses princípios é vir a trabalhar com pessoas (funcionários, parceiros, fornecedores, …) tão dissonantes entre si que fica difícil obter resultados consistentes a longo prazo, o único modo de ser bem sucedido.

Complementando a tríade, a visão de futuro tem a função de estabelecer um rumo comum a todos os envolvidos com o negócio. Ela é a própria intenção estratégica, o grande objetivo a ser alcançado pela organização. Deve ser estabelecida como um desafio, de interesse comum e que conclame as pessoas a empreenderem seus melhores esforços e capacidades em sua perseguição.

Por tudo isso é que a identidade organizacional não pode ser apenas um “quadro na parede”. O quadro é um importante meio de comunicação para que todos a conheçam, mas, acima de tudo, ela deve ser vivenciada por todos e estes devem trabalhar de modo a preservar seus preceitos.

Quanto à estratégia, será estabelecida para o cumprimento da missão, dentro dos limites éticos de ação delineados pelos valores organizacionais, e de modo que a visão de futuro seja alcançada. Mas este assunto será tema de um próximo ensaio…

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Sobre Robin Pagano

Pensador, palestrante e consultor sênior em Estratégia, Gestão e Inovação de negócio. Mestre em Eng. de Produção - UFRGS; Pós-graduado em Estudos de Políticas e Estratégias de Governo - PUCRS; Pós-graduado em Marketing de Serviços - ESPM/RS; Especializado em Gestão da Qualidade Total (TQM) - NKTS/Japão; Lead Assessor ISO 9000 - SGS-ICS; Engº Eletrônico - PUCRS. Atuou como Gerente de Desenvolvimento, de Processos e de Serviços em empresas de médio e grande porte, nacionais e multinacional, líderes de mercado. Professor universitário em cursos de MBA, Especialização e Extensão. Consultor sênior em Estratégia, Gestão, Qualidade e Inovação. Sócio da Intelligentia Assessoria Empresarial.

3 pensou em “Estratégia, por onde começar?

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  2. É fundamental para o negócio que todos compartilhem e entendam aonde e como a empresa quer chegar. Isto muda o clima organizacional e alinha todos os envolvidos num só norte. É como um grande “campo magnético”.

    • Sem dúvida Fábio. O compartilhamento da identidade organizacional (valores, missão e visão) é vital para a harmonia dos envolvidos em um empreendimento, e consequentemente seu sucesso. Ideias diferentes são importantes para a evolução do negócio, para a identificação de oportunidades e ameaças, para a criação de estratégias, mas o embate deve ficar no campo das ideias e não no pessoal. O bom clima organizacional deve ser preservado, a cooperação de todos na busca de objetivos comuns faz o empreendimento mais forte.

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