Fontes de inovação

fontes_inovaçãoInovação, como já vimos, pode ser definida como a “exploração de novos insights e ideias”. Sendo assim, surge uma questão premente: De onde vêm esses insights e ideias? A resposta mais óbvia é de diversas fontes. Então, restringindo o conceito de inovação a produtos (bens e/ou serviços), vamos ver três dessas fontes, que acredito serem as mais habituais.

A primeira, e mais ilimitada fonte de inovação, é a pesquisa básica, aquela realizada em universidades e alguns laboratórios de Pesquisa & Desenvolvimento. Nesse tipo de pesquisa simplesmente não há um resultado claramente definido. O interesse do pesquisador é saciar sua curiosidade sobre algo, procurar entender como a coisa funciona. Não há o objetivo de que a descoberta seja útil, isto é, leve a alguma aplicação. Por isso mesmo acaba sendo uma fonte contínua e ilimitada de inovações. Isso pode levar alguns a imaginarem que a pesquisa básica não é, verdadeiramente, uma fonte de inovação. Mas quantos achados da pesquisa básica não levaram à evolução em algum campo do conhecimento humano e suas aplicações. Um bom exemplo é o da descoberta do átomo e a suas consequentes aplicações nos campos da energia, da microeletrônica, da saúde, etc.

Outra importante, e muitas vezes desprezada, fonte de inovação são os clientes. Neste caso, a inovação está diretamente ligada a algum bem ou serviço específico. Mas porque afirmo ser uma fonte muitas vezes ignorada? Quantas vezes não ouvimos os produtores de bens ou prestadores de serviços dizerem algo como “…o cliente não sabe de nada, não sabe o que quer!” Será mesmo o cliente que não sabe o que quer? Ou será que o fornecedor do produto é que não sabe como acessar e investigar o cliente para capturar oportunidades de inovação? Uma expressão que traduz bem essa fonte de inovação é o que se convencionou chamar de a “voz do cliente”. Assim como na pesquisa básica, capturar e entender a voz do cliente é um processo que deve ser realizado com método e exige pessoal treinado muito mais do que com conhecimento técnico.

Há ainda uma terceira fonte de inovação, não tão evidente quanto as anteriores, mas que precisa ser considerada, é o “lead user”. Um conceito, e método de pesquisa, definido e desenvolvido pelo pesquisador Eric von Hippel do MIT. Mas o que é um lead user? É um grupo muito particular de clientes potenciais, com duas características distintas em relação a uma demanda por inovação, como definido por von Hippel: (1) enfrentam necessidades específicas muito tempo antes de surgirem para o grande público e (2) se beneficiam grandemente ao encontrarem uma solução para essas necessidades. Um exemplo típico são os pilotos de corridas, que buscam soluções para ganhos significativos de velocidade ou de segurança muito antes do mercado as demandar (ou sequer imaginar que são possíveis).

Independentemente da fonte de inovação a que se recorra, deve estar claro que a “exploração de insights e ideias” consome recursos financeiros, tempo e exige profissionais qualificados. Há risco sobre o investimento realizado em qualquer das fontes, mas quando os resultados trazem mais valor agregado aos produtos decorrentes de seus achados existem ganhos extraordinários.

Em ensaios próximos vamos desenvolver em mais detalhes cada uma dessas fontes de inovação…

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Sobre Robin Pagano

Pensador, palestrante e consultor sênior em Estratégia, Gestão e Inovação de negócio. Mestre em Eng. de Produção - UFRGS; Pós-graduado em Estudos de Políticas e Estratégias de Governo - PUCRS; Pós-graduado em Marketing de Serviços - ESPM/RS; Especializado em Gestão da Qualidade Total (TQM) - NKTS/Japão; Lead Assessor ISO 9000 - SGS-ICS; Engº Eletrônico - PUCRS. Atuou como Gerente de Desenvolvimento, de Processos e de Serviços em empresas de médio e grande porte, nacionais e multinacional, líderes de mercado. Professor universitário em cursos de MBA, Especialização e Extensão. Consultor sênior em Estratégia, Gestão, Qualidade e Inovação. Sócio da Intelligentia Assessoria Empresarial.

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