Já sabemos que o Mapa Estratégico, composto por objetivos estratégicos alinhados a perspectivas de desempenho e desdobrados da visão de futuro, mostra o caminho a ser percorrido pela organização para realização de sua estratégia de negócio. Sabemos também que esse caminho deve ser traçado contemplando o posicionamento estratégico definido para o empreendimento, e precisa ser coerente com a postura estratégica e o portfólio de negócios e produtos. A questão, então, é como desenhar um Mapa Estratégico que atenda a essas definições.
Uma prática inicialmente adotada (ainda aplicada em certos casos, mas em desuso), visando garantir a coerência entre o Mapa Estratégico e essas definições, é o estabelecimento prévio de direcionadores estratégicos, que podem ser entendidos como um guarda-chuva de macro-objetivos. Esses direcionadores, em geral em número de dois a não mais do que quatro, são definidos a partir da visão de futuro, com foco no posicionamento e na postura estratégica, considerando o portfólio de negócios e produtos.
A definição de macro-objetivos (direcionadores estratégicos) é uma forma de começar a pensar em detalhes – um meio para se chegar a objetivos estratégicos específicos –, mas ainda num nível elevado de abstração. Isso facilita o desdobramento de objetivos detalhados para cada perspectiva de desempenho, ao estabelecer foco e atenção concentrada em determinada proposição estratégica (o direcionador considerado).
Um aperfeiçoamento a esse processo de desdobramento a partir de macro-objetivos (direcionadores estratégicos) é a definição de temas estratégicos mais focados, a serem contemplados com um subconjunto de objetivos estratégicos com afinidades específicas. Esses temas, assim, deixando de ser macro-objetivos amplos passam a compor o arcabouço do Mapa Estratégico, formando quadros de agrupamento de objetivos estratégicos por afinidade, restritos ou não a uma única perspectiva de desempenho, concentrando a atenção num tema estratégico bem específico.
Por exemplo, numa organização da área de tecnologia, com posicionamento de diferenciação, está presente a necessidade de inovação. Nesse caso, um tema estratégico pode ser definido como “inovação tecnológica”. Esse tema, dependendo do nível de maturidade da organização, refletido em suas forças e fraquezas (fruto da análise do ambiente de competição – fatores internos), tanto pode ficar restrito a (focar) o processo de inovação (perspectiva dos Processos Internos) como pode exigir objetivos relacionados às pessoas e suas competências, ao ambiente para inovação e ao processo de inovação (perpassando as perspectivas de Aprendizado e Crescimento e dos Processos Internos).
Uma boa prática para a definição desses temas estratégicos focados é a observação dos resultados da análise SWOT (ver Postura Estratégica: análise SWOT), que leva à explicitação dos fatores chave ao delineamento da estratégia. Da observação desses fatores chave, isto é, dos fatores críticos de sucesso (FCS) associados às principais oportunidades e ameaças competitivas, é possível traçar temas estratégicos fortemente concentrados nas mais prementes questões de competitividade para o negócio em seu atual momento.