Ferramental para inovação

Do desenvolvimento de insights e novas ideias até a concepção da inovação, independentemente do método utilizado (por ex., voz do cliente, lead user, design thinking, inovação aberta, cocriação, desenvolvimento do cliente, etc.), sempre será útil dispormos de um rol de ferramentas para a exploração e a escolha das ideias. Com o ferramental apropriado, o estimulo à imaginação, a estruturação do pensamento coletivo, a redução de inconsistências, a criação de uma linguagem comum e a apropriação das ideias ficam facilitados.

ferramentasPara um melhor entendimento sobre o ferramental passível de uso, podemos organizar as ferramentas aplicáveis à inovação em dois conjuntos: um para a geração de ideias e outro para a seleção de ideias. O ferramental para geração de ideias tem como objetivo explorar a intuição e facilitar o desenvolvimento da criatividade. As ferramentas para seleção das ideias devem ser focadas para a análise das possibilidades e a tomada de decisão.

Então, pensando num ferramental essencial à exploração da intuição e da criatividade teríamos o brainstorming, a investigação dialética, os jogos, o método dos 6 chapéus e os mapas mentais. E, como ferramental básico à seleção das ideias poderíamos considerar a análise morfológica e as narrativas. Mas essa não é uma classificação fechada, rígida, sendo sua intenção a organização do conhecimento sobre as ferramentas existentes e sua aplicabilidade. Nem tampouco essas ferramentas são de uso exclusivo em atividades de inovação, antes disso servem à abertura da mente a novas ideias, à exploração da criatividade, ao exercício da quebra de paradigmas, necessidades de outras tantas áreas da atividade humana.

Focando o uso das ferramentas citadas ao processo da geração e da seleção de ideias para inovação, de modo objetivo podemos descrevê-las como:

Brainstorming – é um método semiestruturado para desenvolvimento de criatividade em grupo, que pode ser aplicado à busca e exploração de novas ideias para inovação. Por meio dele, os participantes são encorajados a expor suas ideias, por mais estranhas que possam parecer.

Investigação Dialética – dialética é uma forma de debate dialogado, onde a discussão de ideias contraditórias leva ao desenvolvimento de novas ideias, sem que se perca o foco da ideia original. A investigação dialética é um ótimo meio para a construção de pontes entre opostos aparentemente irreconciliáveis, permitindo a exploração de derivações da ideia original.

Jogos – um jogo é uma representação abstrata de uma dada situação, com objetivos bem definidos. Para que o jogo ocorra é fundamental criar hipóteses, e se fazer suposições simplificadas dado que o mundo real é demasiado complexo para analisá-lo com precisão.

Método dos 6 Chapéus – é um método que permite focalizar nosso pensamento e filtrar nossas ideias e soluções, explorando fatos e dados, emoção, lógica, criatividade, cautela, otimismo, etc., cada qual a seu tempo e de forma organizada. Sendo um chapéu algo que você pode facilmente colocar ou retirar, os chapéus, representando os temas a serem explorados, são dicas visuais que nos permitem uma mudança rápida no modo de pensar.

Mapas Mentais – são diagramas gráficos, formados por tópicos, ramos e relações, organizados em níveis a partir de uma ideia central. Um tópico pode ser representado por uma palavra ou expressão, uma imagem ou ambos. A elaboração de um mapa mental faz uso de uma ampla gama de habilidades cerebrais: manipulação de palavras, imagens, números e cores, raciocínio lógico e consciência espacial, assim permitindo explorar a ideia central de vários pontos de vista.

Análise Morfológica – permite decompor o sistema estudado em subsistemas, que devem ser os mais independentes possíveis e dar ciência sobre a totalidade do sistema estudado. Assim, uma inovação pode ser decomposta em diversas partes, onde cada parte componente pode assumir diversas alternativas. Dessa forma, haverá tantas soluções possíveis quantas forem as combinações de configuração para os componentes (subsistemas). É um método que permite pensar fora da caixa, possibilitando o vislumbre de soluções talvez impensáveis de outra forma.

Narrativas – por meio de narrativas é possível a construção de cenários vívidos, provocativos e notáveis, em torno da ideia para inovação. Uma narrativa deve ter início, meio e fim, estando ancorada no passado que leva ao futuro passando pelo presente. A narrativa deve ser constituída de uma estrutura integrada que possa ser apreendida como um todo.

O conjunto de ferramentas não se encerra aqui. Existem outras como, por exemplo, os métodos 635 (derivado do Brainstorming), TILMAG, TRIZ, SCAMPER, World Café, etc., cabendo à curiosidade ou a necessidade do inovador sua busca e apreensão.

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Sobre Robin Pagano

Pensador, palestrante e consultor sênior em Estratégia, Gestão e Inovação de negócio. Mestre em Eng. de Produção - UFRGS; Pós-graduado em Estudos de Políticas e Estratégias de Governo - PUCRS; Pós-graduado em Marketing de Serviços - ESPM/RS; Especializado em Gestão da Qualidade Total (TQM) - NKTS/Japão; Lead Assessor ISO 9000 - SGS-ICS; Engº Eletrônico - PUCRS. Atuou como Gerente de Desenvolvimento, de Processos e de Serviços em empresas de médio e grande porte, nacionais e multinacional, líderes de mercado. Professor universitário em cursos de MBA, Especialização e Extensão. Consultor sênior em Estratégia, Gestão, Qualidade e Inovação. Sócio da Intelligentia Assessoria Empresarial.

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