Autoconhecimento: reeducando os sentimentos

Somos seres emocionais e precisamos saber lidar com isso.  A  emoção é fisiológica, instala-se em milésimos de segundos, alterando o metabolismo do corpo. No cérebro,  quando um estímulo externo aciona uma memória de carga emocional, o hipotálamo produz as substãncias específicas dessa emoção, potencializando-a.

O sentimento é uma espécie de “digestão” da emoção, sendo ligado ao raciocínio. Sentimentos não alteram o metabolismo do corpo, mas relacionam-se aos comportamentos e crenças dominantes.

Um líder precisa desenvolver o autoconhecimento para não ter oscilações de humor comandados por fatos externos. E, ao perceber-se  “encharcado” de uma determinada emoção, aprende a auditar o repertório de pensamentos que se instala, logo após a carga emocional, reeducando os sentimentos, evitando agir instintivamente.

Autoconhecimento: em busca do aprimoramento da racionalidade

Se a racionalidade é o melhor recurso para entendermos como o mundo funciona, precisamos  questionar, com cuidado, a qualidade do raciocínio produzido. O fato de sermos lógicos não significa que estamos certos. O processo lógico depende tanto da qualidade quanto da quantidade de informações. E, na maioria das vezes, falta a tomada de consciência de importantes informações que atuam durante o raciocínio.

Quando desenvolvemos o autoconhecimento,  buscamos aprimorar a racionalidade, contudo precisamos ficar bem atentos, porque parte desta racionalidade está inconscientemente contaminada pelo nível de ignorância que mantemos de nós mesmos.

Liderança ou Gestão?

Esses são dois conceitos que costumam gerar alguma confusão, ora se aproximando ora se afastando. Mesmo entre altos executivos e gestores não é incomum verificar a confusão de papéis. Faça-se e responda a seguinte pergunta: o que é mais importante, liderança ou gestão? Para responder precisamos antes ter clareza sobre o significado de liderança e de gestão.

Vamos procurar entender o papel de cada um, do líder e do gestor, a partir de algumas questões-chave:

– Ao que o líder deve dedicar sua atenção? E o gestor?

– Com o que o líder trabalha em seu dia a dia? E o gestor?

– O que um líder deve desenvolver? E o gestor, desenvolve o que?

– Do que um líder precisa para desempenhar com competência seu papel? E o gestor, do que necessita?

As respostas, vistas no quadro a seguir, deixam claro o papel de cada um:

líder x gestor

Com isso esclarecido, vamos à resposta para a primeira questão colocada: o que é mais importante, liderança ou gestão? Não há essa dicotomia entre liderança e gestão. Todo líder deve ser também um gestor, assim como todo gestor deve ser também um líder. Ambos não lidam com equipes e processos? Ambos não necessitam autoconhecimento, para reconhecerem suas forças e fraquezas? Ambos não precisam de método para manter os resultados e melhorar os processos? Ambos, para ter uma equipe harmônica e focada, não necessitam trabalhar valores (base da cultura organizacional) e visão de futuro (intenção estratégica que dá direção comum a todos)? Ambos, para obter resultados no dia a dia, não devem estabelecer metas e persegui-las por meio de ações bem estruturadas? E, ambos não precisam de pessoas bem desenvolvidas em suas equipes para que os processos fluam com qualidade e produtividade gerando os resultados esperados?

É comum a associação da expressão liderança a altos postos na estrutura hierárquica das organizações. Também é comum a associação da expressão gestão a cargos de nível intermediário. Mas isso é só uma “convenção tácita” e não uma regra formal. O que realmente interessa é entender que, independentemente do nível da função na estrutura hierárquica organizacional, todo profissional que tem sob sua área de autoridade e responsabilidade uma equipe tem também sob ela os processos que essa equipe executa, ou vice-versa.

Costumo dizer que existem gerentes e GESTORES. Qual a diferença? O gerente tem um cargo formalmente instituído, mas necessariamente isso não faz dele um GESTOR. Esse, por sua vez, tenha ou não um cargo gerencial, uma caixinha no organograma, conhece e aplica métodos de gestão, como o PDCA e suas práticas: padronização, avaliação e análise de processos. Sabe aquela pessoa que sempre é procurada quando surge a necessidade de solucionar um problemão? É bem provável que ali esteja um profissional com o perfil de GESTOR.

Da mesma forma, podemos dizer que existem líderes e LÍDERES. No paralelo com a diferença entre gerente e GESTOR, o líder é o executivo com cargo de alto nível na estrutura hierárquica da organização. Já o LÍDER é o profissional reconhecido e seguido pela equipe, por sua capacidade de criar e manter uma visão compartilhada, uma equipe unidade em torno de um grande objetivo, não importa se tem um cargo de poder ou não no organograma. Existem muitos LÍDERES informais, mas na organização todos os (re)conhecem!

Livro: Empresas Feitas Para Vencer

EMPRESAS FEITAS PARA VENCER (Good to Great)
JIM COLLINS

Empresas Feitas para VencerTendo em mente a seguinte pergunta: “Uma empresa pode deixar de ser boa e se tornar excelente? Se a resposta for sim, de que forma?”, o autor empreendeu um estudo de empresas que deram esse salto em seus resultados – de bons para excelentes -, e sustentaram essa performance por pelo menos quinze anos. Do estudo, identificou os seguintes atributos das empresas bem sucedidas: Têm uma liderança nível 5, humilde, com vontade e profissionalismo; definem primeiro quem … depois o quê; enfrentam a verdade nua e crua, com fé inabalável na vitória; transcendem a maldição da competência, identificando uma ideia de negócio simples; criam uma cultura de disciplina; e, selecionam criteriosamente suas tecnologias, não necessariamente inovadoras. Esses atributos foram então organizados dentro de uma estrutura de transformação de uma empresa de boa em excelente, cuja proposta básica é encarar a mudança como um processo de construção, seguido de uma ruptura, que tem três amplos estágios: 1º) pessoas disciplinadas, 2º) pensamento disciplinado e 3º) ação disciplinada.

Opinião: Uma leitura agradável que faz refletir sobre como o negócio vem sendo conduzido, acertos e erros, deixando questões como: qual o perfil das lideranças e de nosso pessoal, qual é mesmo nosso negócio e como a cultura da organização afeta sua performance.

Livro: O Lapidador de Diamantes

O LAPIDADOR DE DIAMANTES: ESTRATÉGIAS DE BUDDHA PARA GERENCIAR SEUS NEGÓCIOS E SUA VIDA
GUESHE MICHAEL ROacH

O Lapidador de DiamantesO autor, um monge budista, formado em relações exteriores pela Universidade de Princeton, faz uma descrição da sabedoria budista aplicada aos negócios a partir de sua experiência como executivo de uma das maiores empresas mundiais do comércio de diamantes. Essa experiência foi induzida por seu mestre budista, como forma de “testar os ensinamentos dessa sabedoria” na vida prática. O livro está estrutura sobre três princípios tirados dessa sabedoria: (1) o negócio deve ser bem-sucedido, deve fazer dinheiro, (2) devemos aproveitar o dinheiro e (3) devemos ser capazes de olhar para trás e saber que valeu a pena.

Opinião: São apresentados exemplos concretos dos princípios e práticas da filosofia Budista ao mundo dos negócios. O texto explora o conceito Budista da “vacuidade” segundo o qual existe um potencial oculto em todas as coisas, e que este irá se revelar a partir das “marcas mentais” plantadas em nossas mentes por nossos próprios pensamentos, palavras e ações dirigidas aos outros. Para usufruir do conhecimento apresentado, antes de nada mais, é necessário ter a mente aberta para ver as coisas, suas causas e efeitos, de forma a entender que nada acontece por acaso.