O desafio das metas desafiadoras

Nos tempos atuais, nas mais diversas organizações, é muito comum se ouvir falar em metas desafiadoras. Trabalhar essas metas exige ter clareza sobre o que é uma meta, compreender quais são os desafios, entender como levar adiante a audácia, e saber se metas desafiadoras são aplicáveis.

meta_desafiadoraPrimeiramente é imprescindível ter conceitos sólidos sobre metas. No contexto da gestão empresarial, metas e objetivos, termos muitas vezes confundidos, não são a mesma coisa. Uma meta é um número, um resultado quantitativo, que se quer alcançar. Contudo, não é difícil encontrarmos “metas” não quantitativas como, por ex., “nossa meta é satisfazer os clientes”. “Satisfazer os clientes” é, de fato, algo a ser realizado. Mas essa não é uma meta e sim um objetivo, um resultado qualitativo a ser perseguido. A meta é o resultado quantitativo que, ao ser alcançado, comprova que o objetivo foi realizado. No exemplo, essa poderia ser alcançar um índice de 95% de satisfação.

Um fator relevante ao se estabelecer uma meta desafiadora é a consideração do tempo, que envolve dois aspectos críticos. Um dos aspectos é o prazo, que deve ser tal que permita à organização chegar ao nível de desempenho almejado no tempo certo. O ponto crítico é definir esse período. Aqui começamos a entender melhor a questão do desafio. Se o resultado atual está muito aquém do desejado certamente há um desafio a ser vencido. Esse tempo dependerá muito da capacidade de resposta ao desafio, o outro aspecto crítico. Isso exige o pleno entendimento dos processos envolvidos e de quais são as mudanças necessárias. Então será possível definir as ações e os recursos (humanos, físicos e financeiros) necessários à mudança, que por suas inerentes limitações exige o estabelecimento de prioridades ao longo do tempo.

Entendido que uma meta é um resultado quantitativo, alinhada a um objetivo (um resultado qualitativo), e que demanda um tempo para sua realização, surgem outras questões chave: Como obter o resultado ambicioso? Como garantir que a mudança nos processos aconteça? E, como dar sustentabilidade à mudança em curso? O que nos remete ao método.

Hoje, o mais utilizado, comprovado e consistente, é o BSC – Balanced Scorecard (ver ensaio Monitorando os resultados estratégicos: o painel de controle), mas não é o único. Esse foi desenvolvido com sólidos conceitos sobre metas e suas métricas e, indubitavelmente, tem fundamentos nos métodos do GPD (Gerenciamento por Diretrizes) e do GPO (Gerenciamento por Objetivos), ambos consolidados nos idos dos anos 50. Outro método, menos difundido, consolidado contemporaneamente ao BSC na década de 90, é o OKR (Objectives and Key Results), também com evidentes raízes no GPO. (em ensaios próximos veremos esses métodos em detalhes)

O cuidado que se deve ter é não escolher o método da vez, mas sim o melhor. E, o melhor método é aquele que funciona para a organização. A adoção deste ou daquele método implica conhecer seus fundamentos, sua aplicação e entender seus prós e contras. Implica também entender seu alinhamento à cultura organizacional, à forma como as coisas são feitas na instituição, o que pode indicar a necessidade de adaptações.

Para ter sucesso nessa audácia, é fundamental avaliar se a organização está pronta para se desafiar. Nem todas estão! É simples entender isso, basta responder se os resultados atuais são consistentemente previsíveis (ver ensaio O que é gestão?). Se a resposta for não, se os processos ainda não atingiram um nível de maturidade pelo qual entregam os resultados planejados de modo sustentado, deve-se antes promover sua organização e estabilização. Só assim será possível partir para novos desafios, estabelecendo novos patamares de desempenho, com metas audaciosas, que exigirão mudanças em processos então bem conhecidos e dominados.

Com fundamentos sólidos, metas alinhadas a objetivos, prazos e recursos definidos e um método ajustado à organização, metas desafiadoras se tornam um desafio tangível e realizável.

7 x 1

Encerrada a Copa do Mundo de Futebol realizada no Brasil, o que podemos aprender com o resultado (ou falta dele) alcançado pela seleção brasileira? O placar de 7×1 a favor da Alemanha, no jogo semifinal, foi emblemático. Triste, até humilhante, para todos nós brasileiros, amantes ou não do futebol, mas que carrega lições a serem aprendidas, não só no campo esportivo.7x1

No país do futebol, o que acontece no cenário desse esporte reflete nosso dia a dia, no campo organizacional (com exceções) e, em especial, político. Falta estratégia, a gestão é amadora, não se inova… Vamos às constatações:

Objetivo (1) x (0) Ilusão

Sem objetivos claros, de longo e médio prazo, vivemos de ilusão. Para quê precisamos traçar objetivos de longo prazo, se somos o único país que se classificou para todas as Copas já disputadas? E mais, iludidos de que dispomos dos jogadores mais talentosos só poderíamos ganhar a Copa no Brasil. A ilusão de que somos o país do futebol, o celeiro mundial de craques, nos tira da realidade. Mas, sendo o país do futebol, como nossos clubes estão falidos? Por que nossos craques não jogam em nossos campos, vão embora para times do primeiro mundo cada vez mais cedo?

Planejamento (2) x (0) Improvisação

Quase tudo no Brasil é feito na base do improviso. Isso está no jeitinho brasileiro, do malandro, que sabe como se dar bem. Contudo, tivemos uma lição de como um planejamento e seus desdobramentos – formação de atletas e mudança no estilo de jogo – é essencial à obtenção de resultados. É por aí que tudo começa. A Alemanha se planejou e vem se preparando para a conquista da Copa há 10 anos. Já por aqui, o planejamento não existe nem mesmo para um horizonte de um a dois anos… a comissão técnica, após a catastrófica derrota por 7×1, entre outras pérolas declarou que faltou experiência ao grupo de jogadores. Pois bem, quem convocou o grupo inexperiente?

Tática (3) x (0) Vontade

Tática nada mais é do que a organização dos recursos disponíveis para a conquista dos objetivos. No campo esportivo, essa deve ser traçada conforme joga o adversário, para bloqueá-lo, para romper suas barreiras, para vencê-lo. Para conquistar a Copa, jogando em casa, inventaram que bastava subir sete degraus (7 jogos incluindo a final) avançando um a um. Assim, parece que foi estabelecido que vontade (força, garra, motivação) era a única “tática” necessária. Com vontade, torcida a favor e hino a cappella, intimidaríamos o time adversário, tomando a bola, fazendo gols, ganhando o jogo.

Equipe (4) x (0) Individualismo

No futebol são 11 contra 11, certo? O Brasil tem um grupo de jogadores diferenciados, habilidosos, os craques dos times onde atuam, certo? Sendo assim, basta juntar os nossos 11 craques e mandá-los a campo. Tendo mais craques em campo, nosso gol vai acontecer, é uma simples questão de tempo. Basta entregar a bola para um dos craques do time que ele faz o gol. A individualidade (o craque) resolve o problema, suplanta a equipe adversária. Mas vimos que na equipe da Alemanha, embora haja jogadores habilidosos (craques) ninguém se destaca, é o jogo de equipe que resolve o problema.

Capacidade (5) x (0) Crença

Capacidade se conquista, não é uma condição nata. Alguns nascem com alguma habilidade diferenciada, mas sem estudo de seus fundamentos, sem treino, a capacidade plena não é desenvolvida. Porém, por aqui temos a crença inabalável de que nossa habilidade “nata” fará a diferença, nos levará aos resultados sonhados. Então não é tão importante aprender fundamentos (no caso, passes, chutes, marcação, cabeceio, posicionamento do time, etc.), e assim treinamento é algo chato, monótono, desnecessário.

Confiança (6) x (0) Medo

Um indivíduo e uma equipe bem preparada – intelectual, técnica, física e emocionalmente -, tem respeito pelo adversário, pelas potenciais dificuldades a enfrentar, mas jamais medo. Mas nossa seleção parecia um ninho de profissionais psicologicamente fracos, com medo a cada jogo. Quando não era um era outro chorando, cabisbaixo, isolado a um canto pedindo por uma benção (talvez por um milagre). Onde estava a confiança, pessoal e no grupo, em galgar os resultados, em conquistar o tão sonhado hexa em casa?

Liderança (7) x (0) Exortação

Um líder desqualificado para a função passa insegurança ao grupo. Isso ficou evidente na seleção canarinho. O medo do grupo era o medo do “técnico”, e da “comissão técnica” (as aspas são necessárias, pois chamar de técnico e comissão técnica os senhores que ali estavam, penso eu, é desmerecer a classe). Aparentemente exortação era o único recurso do “técnico” à beira do campo.

Em suma, tomados por ilusão tocamos as coisas de improviso, sem planejamento, consequentemente sem estratégia e sem tática, esperando que a vontade do grupo e indivíduos tidos como heróis nos livrem dos problemas. Temos a crença inabalável na conquista do resultado sonhado, mas por outro lado também o medo do que possa acontecer se esse não vier. E, assim, vamos vivendo de exortações… Somos o país do futebol! Somos o país do futuro!

Seriedade (7) x (1) Hospitalidade

Nem tudo foi negativo. Mostramos ao mundo uma hospitalidade, e respeito à diversidade, que poucos países possuem. A festa foi feita, mas só isso não nos coloca e nem colocará entre as grandes nações desenvolvidas do mundo. Muito pelo contrário, por vezes nosso perfil alegre, camarada e festivo, mascara os problemas a serem enfrentados… parece que está tudo bem se estamos felizes.

Basta parar de acreditar no país do futuro, no jeitinho para superar os problemas, e decidir e planejar com antecedência e agir com competência. 7×1 não foi um apagão, foi a consequência natural de escolhas equivocadas, do técnico à comissão técnica, e a partir daí do elenco e de sua preparação. Brasil mostra a tua cara (de país do futuro) e vira esse jogo!!!

Parabéns a Alemanha pela conquista, merecida! Ao Brasil resta aprender com o brilhante campeão…

Business Plan X Business Model Canvas

Desde o surgimento do Business Model Canvas (Quadro do Modelo de Negócio) tem sido recorrente a ideia de que essa ferramenta elimina a necessidade de se descrever a estratégia global do negócio por meio de um Business Plan (Plano de Negócio) e um Sumário Executivo. Isso é um sério equívoco!

bmc

O Business Model Canvas, muito embora apresente uma visão bastante pragmática de o que a estratégia deve produzir e como, apontando objetivamente para quem (segmento de clientes), entregando o que (proposta de valor), de que modo fará isso (relacionamento com clientes e canais de distribuição), do que precisa (atividades e recursos chave, e rede de parceiros), quanto custará e o que ganhará com isso, não apresenta o contexto geral e os aspectos críticos dessas decisões. E este é o ponto chave desta questão, essas são decisões que não surgem como ideias de mentes privilegiadas compondo um quadro finalizado, mas sim de análises bem estruturadas.

O canvas, como o próprio nome diz, é uma tela e como tal mostra uma imagem acabada sobre a estratégia global do negócio. Assim, se presta muito bem para apresentações objetivas, singulares, sobre a linha estratégica a ser seguida pela organização.

bpPor outro lado, o Business Plan apresenta o contexto em que esse quadro foi delineado e pintado, antes de poder ser exposto. Esse contexto começa a ser esboçado com a definição ou consolidação da missão (o que a organização se propõe a fazer, para quem, de que modo e qual o desafio), dos valores organizacionais (base dos comportamentos, que norteiam as decisões e ações), e com o traçado da visão de futuro (onde se quer chegar com o negócio em alguns anos) e seu detalhamento em objetivos estratégicos.

Continuando com o desenho do contexto estratégico, o passo seguinte é a compreensão das suas diretrizes e do campo de competição. Como diretrizes há a definição do posicionamento estratégico (o desenho da proposta de valor) e a análise de portfólio (linhas de negócios, e nesses o conjunto de produtos) delineando as linhas gerais para investimentos. No campo de competição são analisadas as condições dos fatores competitivos (forças e fraquezas do ambiente interno frente às oportunidades e ameaças do ambiente externo).

Em seguida, cruzando as análises dos ambientes interno e externo, é possível visualizar claramente o momento em seu atual ciclo de vida que a organização se encontra, permitindo estabelecer a diretriz da postura estratégica a ser seguida (movimento de crescimento, desenvolvimento, manutenção ou sobrevivência).

Consolidando o planejamento estratégico, a partir da análise cruzada dos ambientes internos e externos (análise SWOT), ficam em evidência os principais fatores internos e externos, para o momento atual da organização, que permitem traçar as estratégias competitivas: como usar forças para aproveitar oportunidades e/ou mitigar ameaças, e/ou o que fazer com as fraquezas que impedem o aproveitamento de oportunidades e/ou potencializam ameaças. Assim também, a partir do posicionamento estratégico escolhido para o negócio, é possível visualizar as atividades e recursos críticos que precisam de estratégias para ser bem resolvidos.

Tudo isso, contemplado com a alocação de recursos físicos e financeiros, e com a projeção de metas (resultados numéricos) para os objetivos a serem buscados ao longo do período de realização da visão, completa o plano estratégico (Business Plan).

Entendido o conteúdo do Business Model Canvas e do Business Plan, fica a pergunta: “como todas as análises e razões de escolhas e decisões descritas no business plan aparecem no canvas?” A resposta é “não aparecem!”, pelo menos não explicitamente. O que temos no canvas é a essência da estratégia, ou seja, o quadro do modelo de negócio, uma espécie de pintura acabada da estratégia global do empreendimento.

Assim, o Business Model Canvas (quadro do modelo de negócio) não substitui o Business Plan (Plano de Negócio e seu Sumário Executivo), mas sim o complementa com bastante propriedade. Contudo, se tomado isoladamente o canvas pode não ser compreendido.

No caso de novos empreendimentos, como startups e spin-offs, onde não há um histórico (um contexto competitivo) a ser analisado, pode ser útil num primeiro momento deixar de lado o Business Plan e partir diretamente para o desenho do Business Model Canvas. Isso pode dar agilidade ao processo de implantação do empreendimento e em ajustes iniciais. Mas tão logo o negócio esteja operando e competindo no mercado, um planejamento estratégico mais refinado que culmine num Business Plan se fará necessário.

Plano de Negócio: o sumário executivo

business_planConcluída a formulação estratégica, o resultado de todo esse processo forma o chamado plano de negócio, um conjunto de informações, análises e decisões por vezes complexo e intrincado. Esse documento, um registro amplo e profundo sobre a formulação estratégica do negócio, não se presta bem a uma apresentação executiva. Para isso, para dar ciência objetiva sobre o que a organização busca para seu futuro e como pretende chegar lá, é prática comum elaborar um documento condensado do plano de negócio na forma de um sumário executivo.

Em linhas gerais, o sumário executivo deve apresentar, pragmaticamente:

  • A identidade organizacional, ou seja, as declarações de negócio, missão, valores organizacionais e visão de futuro
  • A definição do conjunto de objetivos estratégicos e suas métricas – para os aspectos financeiros, de mercado/clientes, dos processos de trabalho e de aprendizado e crescimento organizacional -, conjuntos apresentados respectivamente pelo Mapa Estratégico do Negócio e pelo Painel (de Métricas) de Controle
  • A definição das metas para as métricas estratégicas, dentro da linha de tempo da visão de futuro
  • Uma descrição sucinta do cenário de competição vislumbrado para o negócio, e que serviu de base para o diagnóstico dos fatores dos ambientes externo e interno
  • As conclusões retiradas da análise do ambiente externo e do interno, destacando, respectivamente, as principais oportunidades e ameaças, e forças e fraquezas, no momento da análise e para o cenário considerado
  • As diretrizes estratégicas, traduzidas pelo…
    • O posicionamento estratégico definido para o negócio, explicitando claramente a forma de competição com sua proposta de valor
    • A matriz SWOT resultante da análise cruzada dos principais fatores internos e externos, com a postura estratégica definida para o atual momento da organização em sua caminhada estratégica, e o destaque dos fatores críticos de sucesso
    • O portfólio de negócios e, dentro desses, de produtos (bens e/ou serviços), com a contribuição esperada de cada linha de produtos para o negócio como um todo
  • O conjunto de iniciativas estratégicas, com seus respectivos desdobramentos em programas e projetos, e seu alinhamento aos objetivos estratégicos
  • O plano de investimentos para a realização dos programas e projetos estratégicos

Assim, o sumário executivo exerce um papel, importante e indispensável, de consolidação estratégica, ao apresentar com visão ampla e ao mesmo tempo objetiva o plano estratégico (plano de negócio). Com ele fica facilitada a focalização das prioridades de ação estratégica, que conduzirão as mudanças no dia a dia do negócio para que se alcance o futuro nas condições desejadas (planejadas).

Com o surgimento do Business Model Canvas (Quadro do Modelo de Negócio), alguns especialistas em estratégia têm promovido uma discussão recorrente em torno da substituição do plano de negócio, e por extensão do sumário executivo, pelo Quadro do Modelo de Negócio. Sobre isso falaremos em um próximo ensaio…

Gestão do portfólio estratégico

portfolio_managementConcluída a etapa de formulação estratégica, como produto há um plano estratégico, ou plano de negócio, que contém um conjunto de objetivos estratégicos e iniciativas associadas, desdobradas em programas e projetos. A esse conjunto de programas e projetos dá-se o nome de portfólio estratégico da organização. Uma bem sucedida realização estratégica passa pela gestão eficaz desse portfólio, o que não é coisa simples. Pelo menos dois fatores tornam a implementação do portfólio estratégico algo complexo: a limitação dos recursos e as interdependências existentes.

Com foco na eficácia da implementação do portfólio estratégico, boas práticas da gestão de portfólio tem sido estudadas e procedimentos padronizados têm sido preconizados. Dentre as instituições que se dedicam a esse trabalho podemos destacar The Office of Government Commerce (Escritório de Comércio do Governo) do Tesouro de Sua Majestade (Reino Unido) e o PMI (Project Management Institute), cujas definições e orientações sobre o tema são tomadas como referência para ilustrar os fundamentos e introduzir as boas práticas da gestão de portfólio.

Primeiramente, precisamos entender o que são projetos e programas no contexto da gestão de portfólio:

  • um projeto é um esforço temporário com o propósito de chegar a um resultado específico, como a criação de uma nova linha de negócios, ou um novo produto ou serviço, ou uma mudança organizacional
  • um programa é um agrupamento de projetos inter-relacionados, que precisam ser gerenciados de modo coordenado dada a limitação de recursos disponíveis para sua realização e as interdependências entre esses projetos

Agora precisamos compreender o que é um portfólio, do ponto de vista estratégico, e o que significa fazer a gestão do portfólio:

  • Portfólio estratégico é uma coleção de programas e/ou projetos e outras componentes (como planos de ação), ativos em determinado período de tempo, com investimentos em andamento ou planejados, alinhados aos objetivos estratégicos do negócio e agrupados para uma gestão eficiente. É importante perceber que num portfólio nem todos os programas e projetos são inter-relacionados ou interdependentes
  • Gestão de portfólio é o gerenciamento centralizado de um ou mais portfólios, que inclui a identificação, priorização, autorização e controle de programas, projetos e planos de ação, com foco no mais efetivo balanceamento entre a realização das mudanças organizacionais (impostas pela estratégia) e a operação do dia a dia, conforme objetivos estratégicos do negócio

Pragmaticamente, a gestão do portfólio estratégico pode ser conduzida como um processo em sete etapas: identificação, categorização, avaliação, seleção, priorização, balanceamento e autorização.

Considerada a dinâmica da mudança no ambiente de negócios (e, portanto, das iniciativas estratégicas), o processo inicia pela identificação de novos programas e/ou projetos a serem considerados na gestão do portfólio, com o objetivo de manter uma lista atualizada com informações suficientes para a tomada de decisão.

A categorização almeja o agrupamento dos componentes do portfólio em conjuntos (categorias) de negócios relevantes, com base no plano estratégico, de modo a facilitar a avaliação, seleção, priorização e balanceamento dos componentes do portfólio.

A etapa da avaliação tem como objetivo reunir informações, quantitativas e qualitativas, pertinentes sobre cada componente do portfólio, de modo a facilitar comparações visando sua seleção.

A seleção foca no estabelecimento de uma breve lista selecionada de componentes, baseada nas recomendações da etapa de avaliação e em critérios organizacionais de escolha.

A priorização objetiva a classificação dos componentes selecionados dentro de classes (p. ex., inovação, redução de custos, marketing, operação, crescimento) e/ou períodos (curto, médio ou longo) de investimento, fatores de risco, e outros critérios.

O balanceamento procura consolidar os componentes priorizados para o portfólio em um arranjo com grande potencial de realização dos objetivos e iniciativas estratégicas, com a alocação de recursos financeiros, humanos e facilidades.

Por fim, a autorização tem o propósito de formalizar a alocação dos recursos físicos, humanos e financeiros, para a realização do portfólio estratégico, bem como para a operação do dia a dia, e comunicar as decisões de balanceamento.