Autoconhecimento e a prudência ao falar

Parece óbvio, mas a forma como se fala é tão importante quanto o conteúdo da fala. No entanto, se houver alteração de humor, é melhor ter prudência, pois um tom emocional ao emergir, tende a descalibrar a expressão humana.

Ao dizer algo na forma inadequada, consequências desagradáveis tendem a surgir. Identificar a causa da alteração de humor, é uma etapa do processo de autoconhecimento. Pois, como se sabe, “paciência requer muita prática”, sendo produto de uma racionalidade que busca desvendar os conflitos do mundo subjetivo.

Autoconhecimento e a aferição da percepção de realidade

A percepção de realidade tende a ser aferida, quando há um esforço da racionalidade para identificar e compreender a causa de qualquer tom emocional que se misture, ao se interpretar uma situação. 

Assim, com o desenvolvimento do autoconhecimento, desconstrói-se a ilusão, –  aquela realidade mais adaptada ao mundo subjetivo do indivíduo do que ao objetivo da situação, – predominando um discernimento adequado para decisões. 

Autoconhecimento e a objetividade

A objetividade de um líder relaciona-se com um modo de pensar, que detecta a essência de informações úteis. Uma mente capaz de fazer a filtragem adequada das informações, tende a ser uma mente bem treinada numa determinada área de conhecimento e com autoconhecimento.

Sem autoconhecimento, há comprometimento da objetividade, pois o tom emocional, em algumas situações, desloca a melhor interpretação de seu ponto ideal. Para o indivíduo ser objetivo é preciso que desenvolva intimidade com o seu mundo subjetivo. Objetividade não é frieza, é um dos melhores produtos do discernimento.

Autoconhecimento e a pesquisa na história de vida

A história de vida influencia na interpretação dos fatos. Por isso, para exercer bem a liderança é imprescindível desconstruir, com lógica, as percepções ilusórias que dizem respeito, exclusivamente, ao indivíduo e não ao fato em si.

Ao desenvolver o autoconhecimento, alguns fatos vividos no passado passam a ser foco de pesquisa, em que a mente racional reeduca-se para separar o subjetivo do objetivo. Quando emerge um tom emocional, em tese, há mistura entre o passado e o presente, por ser a emoção uma constituinte da memória ativada.

Autoconhecimento: o lapidador do discernimento

Se “a vida é feita de escolhas”, como escolher certo se as emoções, naturalmente, infiltram-se no dia-a-dia? Reconhecer a força de uma emoção é fundamental, contudo é prudente evitar submeter-se a ela.

Há outro dito: “siga o seu coração”, embora poético, é arriscado.  Por que  passar por cima da razão? Quais as consequências deste ato? Somos seres racionais, contudo não estamos acostumados a depurar nossas emoções com o uso pontual da racionalidade. Esta é a função do autoconhecimento: lapidar o discernimento.